Angolanos consideram reportagem da SIC um ataque
“Um país rico com 20 milhões de pobres” é o título da reportagem divulgada pela Sociedade Independente de Comunicação, SIC, a matéria não só ganhou muitas opiniões e visualizações, foi também contestada por jornalistas, políticos e analistas.

As imagens mostram claramente as grandes dificuldades que muitos angolanos ainda atravessam, mesmo com os índices de crescimentos económicos, o país ainda enfrenta sérios problemas de mortalidade infantil, pobreza extrema, desigualdade social, corrupção, etc.

A peça fala ainda de pelo menos 22% de crianças e jovens nunca frequentaram a escola e 50% dificilmente terminam o ensino primário. Com uma media de 80% de casas em Angola não têm água canalizada e quase 60% não possuem água potável.

Os números apresentados mostram claramente uma falta de fiabilidade e exagero, quase toda media angolana, mostro-se descontente pelo modo como reportagem foi elaborada. “Falta de rigor e parcialidade (estatísticas) e deontologia (repare-se, que é toda feita num sentido negativo), insinuando quase o regresso ao regime colonial e os angolanos tem razão de se sentirem incomodados”, escreveu KBgala Gala na sua página do Facebook.

“É legítimo. A reportagem pecou por ausência de contraditório e mais uma vez a indignação é razoável. Queremos ter a primazia e até a exclusividade de sermos nós não a tratarmos dos nossos assuntos,” referiu.

No site do MPLA, Eduardo Magalhães, refutou exaustivamente a cadeia televisiva portuguesa, dizendo que “A tentativa repetida de baixar a auto-estima do nosso povo a cada celebração da efeméride que fere o orgulho português, pela derrota consumada em 1975, não passa de um recurso desgastado e que apenas alimenta o sentimento de vingança daqueles que ainda vivem mergulhados no lamento imposto pela Independência do nosso país”.

Segundo os dados da reportagem, em Angola regista-se um forte consumo de Champanhe, colocando-o como um dos grandes compradores, com cerca de 240 mil garrafas por ano só em Luanda. Eduardo Magalhães disse: irresponsabilidade jornalística também pode ser o nome dado àquela grande (no tamanho) reportagem. A falta de profundidade, a ausência do contraditório e a exploração da miséria alheia foram os únicos recursos encontrados pela equipa da SIC para inflar números de pobres e até de champanhes consumidas em solo angolano. É a típica reportagem unilateral, onde apenas uma verdade apresentada é vendida como absoluta.

“A SIC ainda acredita viver o período colonial. Apresenta no preconceito ao “consumo de champanhe” a inveja de quem, por racismo ou falso complexo de superioridade, deseja realmente que a existência de 20 milhões de pobres seja uma realidade”, afirmou.

Desde o desenvolvimento de infra-estruturas, passando pela banca, ao sector de turismo, Angola vive um momento de grande desenvolvimento e progresso social. É essa a realidade neste país, “Temos pobreza sim, também faz parte da nossa realidade, ver crianças com fome desfilando nas ruas de Luanda e em todo país, miúdos a estudarem em situações precárias, a falta de transportes públicos, a falta de um sistema de saúde, saneamento básico, dentro outros, mas vamos superá-los”.

Angola, um país rico com 20 milhões de pobres

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