PUBLICIDADE
"Na hora em que a gente estava a trabalhar, não sei o que se passou lá fora, foram lançadas para a escola duas bombas de gás lacrimogéneo e com isso ficamos todos tóxicos, eu mesmo estava a lacrimejar e a nível das crianças também tivemos consequências, algumas desmaiariam", afirmou aos jornalistas o professor Venâncio Lucongo, manifestando-se "indignado com a situação".
A escola primária está localizada no bairro Zamba 2, distrito urbano da Maianga, perto da qual foram dispersados manifestantes que tentavam protestar junto do parlamento angolano contra a posse do juiz Manuel Pereira da Silva "Manico" como presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Jovens manifestantes, sobretudo afectos à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido na oposição, foram impedidos e "sob carga policial" de apresentarem o seu "descontentamento" em face da indicação do novo presidente da CNE.
Segundo o professor Venâncio, para quem a atitude da polícia "é reprovável", o Ministério do Interior, órgão que tutela o efectivo policial, "deve medir as consequências" porque o que se passou na instituição de ensino "é grave".
"Precisámos de uma equipa médica para avaliar o estado das crianças, porque as coisas podem alarmar, e os pais e encarregados de educação não estão felizes. Isso é triste porque os policiais devem proteger os cidadãos e não ao contrário", adiantou o também psicólogo.
Um forte cordão policial marcou presença em todo o perímetro do parlamento angolano, onde deve ser empossado hoje o novo presidente da CNE, apesar da contestação de partidos na oposição e sociedade civil, que apontam "várias irregularidades".
Fonte: Sapo Notícias