Jovens acham que as pequenas empresas são nojentas, disse Ed Lando
Acompanha a entrevista sobre a crise de desemprego em Angola com Ed Lando, administrador e fundador da livraria Leendo Book.

Que medidas é que o governo precisa fazer para combater o desemprego?

Primeiro é preciso entender a origem da alta taxa de desemprego, nós tínhamos um estado que prometia tudo e achou que podia cumprir, mas dentro da economia tem a procura e a oferta, hoje o estado não conseguiu criar postos de trabalhos suficientes para alta demanda.

Que medidas então o estado deveria optar?

Primeira medida seria potencializar os empreenderes, porque quando se potencializa os empreendedores automaticamente há espaço para garantir empregos para a população. Quando o ambiente de negócio é bom as empresas crescem, e quando isso acontece as empresas ganham espaço, e com isso mais contratações serão feitas. Mas o estado precisa educar as pessoas que nem sempre as empresas estatais são a solução.

Mas essa procura por empregos no aparelho do Estado é culpa do que se vende como segurança de trabalho, ou por uma desinformação da população?

As pessoas querem segurança e o que acontece é quando a segurança torna-se obsessiva, e o que se procura normalmente é um emprego e não um trabalho, e o único sitio seguro para alguém que quer emprego e não trabalho é o estado. Para reverter isto precisa-se de um grande esforço, e isso passa pelas Universidades também, que precisam ensinar aos estudantes que o diploma não é o mais valioso, mas sim o cérebro.

 Mas essa valorização do diploma em detrimento do conhecimento, não é grande parte pelas exigências das empresas?

É um peso de duas medidas, porque quando as empresas contratam precisam de habilidades primárias, ou seja que as pessoas vão para lá com um nível de absorção, mas infelizmente não é assim que funciona. O certificado prova apenas que o indivíduo passou por um processo minimamente aceitável, mas esse processo minimamente aceitável já se mostra não rentável para empresas. Eu tenho exemplos de algumas pessoas que contratei com diplomas universitários, mas não vi a verdadeira entrega nas tarefas, e hoje eu prefiro contratar um autodidata, alguém que se sente membro da empresa e luta por ela   

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